Não tenho pretensões nenhuma, só escrevo o que quero, quando quero e fim. Nada me define, nada me limita.

domingo, 29 de maio de 2011

A dama de branco

Tirou os sapatos e subiu no parapeito da ponte.
Deu dois passos vacilantes, a brisa fresca da noite balançou as madeixas loiras do seu cabelo, sentiu no rosto o gosto da liberdade.
O vestido branco flutuava ao vento.
Abriu os braços para a imensidão do vazio como que para receber um grande abraço da lua, á sua frente uma queda fatal de 300 metros, mas essa noite acreditava que poderia voar.
Sorriu, o riso dose do desapego, livre de toda a culpa ou ressentimento.
Enfim estava livre, poderia voar.
Passado o êxtase do momento, sentou-se no beiral da ponte balançando os pés.
Sentiu cócegas.  gas u ando os ps, ele sorriu.
a vida, o homem com quem planejou construir toda uma vida.
Olhou para o céu, o infinito vazio repleto de estrelas, era tudo tão perfeito, por que não poderia ficar ali para sempre?
Lembrou-se da família, dos amigos, foi quando suavemente, ele se aproximou abraçando-a por trás, sabia que era ele, ela o estivera esperando.
Seu marido, seu grande amor, o homem com quem planejou construir toda uma vida.
Ela virou-se com lágrimas nos olhos, ele sorriu, afagou seu cabelo.
Ela sabia que estava chegando a hora de ir.
Olhou uma ultima vez para o seu grande amor e fechou os olhos como que para guardar aquela imagem para sempre.
Acordou em sua cama, de imediato virou para o lado esperando encontrá-lo, mas só havia o espaço vazio que antes ocupava.almediato virou para o lado... s olhos como que para guardar aquela imagem  para sempre.
No canto do quarto a cadeira de rodas, sequela do acidente que tirou sua mobilidade e a vida do homem que tanto amou.
Suas mãos trêmulas buscaram a mesa de cabeceira uas mãos trêmulas buscaram a mesa de cabeçeira , abriu a caixa de remédios e pegou três pílulas, tomou todas em um gole só.
Olhou para a estante, a imagem do amado de braços abertos sobre um precipício,  o amado de braços abertos sobre um precipicio  eternizada em um porta-retrato.
Chorou agarrada ao travesseiro, como era imensa a sua falta.
Sua ausência estava presente em todo lugar.
E pouco á pouco, adormeceu... tentando sonhar.s pilulas ou tr rem







sábado, 28 de maio de 2011

Folhas de outono

Sentando no banco da praça, observa as rugas em suas mãos calejadas
Sinais do tempo.
Ele conhece todas as histórias das cicatrizes que marcam aqueles dedos.
Histórias que compartilharia com prazer com aqueles estranhos que passam apressados pela rua, se eles ao menos se dessem conta de sua presença.
A velha bengala desgastada encostada ao lado era a sua única companheira.
Seus passos já não eram firmes como outrora, carregava sobre os ombros incontáveis lembranças, lembranças essas que o faziam recurvar diante da nostalgia de seus dias de mocidade.
Seus olhos já não tinham mais o brilho de antes, apenas a sabedoria de quem já viu coisas que muitos julgariam impossíveis.
Quem era aquele homem que passava os dias de sol sentado no banco da praça?
Qual era a sua história?  De onde viera?
Já não importava.
Era mais uma árvore centenária no meio de tantas outras.
Enrugada, retorcida e abandonada.
O outono chegara e das árvores caiam folhas amareladas, do rosto do ancião brotavam lágrimas .
Lágrimas e folhas de outono jogadas ao vento... prenúncio de que o inverno seria frio e solitário.