Não tenho pretensões nenhuma, só escrevo o que quero, quando quero e fim. Nada me define, nada me limita.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Pequenos pedaços de nós

Tudo que vai, não se vai por inteiro.
Sempre deixa pequenos pedaços espalhados pelo chão,
 pedaços de sorrisos, pedaços de lágrimas, pedaços de sonhos, pedaços de solidão...
Com os retalhos costurei o meu coração,
preenchi o grande vazio com a recordação.
A lembrança me acalenta na noite fria,
a minha companhia na escuridão.
O Eu se estilhaça em mil fragmentos,
torna-se nós.
Nós, nós...
um nó cego,
um emaranhado de sentimentos,
 de pessoas, de lugares, de lembranças.
O que me trouxe até aqui e o que me leva além.


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

No compasso da desilusão



Ando por aí tentando me encontrar
Entre quimeras e devaneios ziguezaguear
Trôpego nas esperanças que bebi
Embriagado em estado de lucidez
Lucidez exata, realidade inata.
Sento na companhia da solidão
Para contar dos sonhos que não realizei
Das armadilhas que cai e do que eu ainda não aprendi
Das esperanças tolas...
Tantos planos e projetos...
Da vida sou arquiteto,
Sonhos em ruínas, arranha-céus de esperança
Para que do alto possa voar quando for a hora de dormir.
Dormir, sonhar...
Esperança vã de que um dia... tudo vai melhorar.



sábado, 26 de maio de 2012

Árvore da vida

Tenho o gosto amargo do impossível na boca,
 uma vontade insaciável no corpo
 e uma ideia fixa na cabeça.
Tenho em mim todas as dores do mundo,
 todos os sonhos possiveis
 e todos os amores perdidos.

Sou prosa e poesia,
sou ciúme e simpatia.
Nostalgia, noite e dia. 
Fruto proibido da árvore sagrada,
redenção e melancolia.

Tenho a fúria da tempestade 
e a calma da maresia.
Tenho em mim a solidão do deserto
 e o infinito do universo.







quinta-feira, 24 de maio de 2012

A maré vai me levar

Será que esse oceano de emoções nunca vai secar? 
Navego em águas turbulentas em meio à tormentas
 para quem sabe um dia aportar, no porto seguro.
 E então, enfim, descansar em teus abraços na beira do mar.
Abro os braços para o vento em busca de abrigo, um amigo.
A brisa suave leva os sentimentos por um momento... 
A calmaria antes da tempestade.
As ondas batem contra mim, onda após onda,
 molham o meu rosto e disfarçam as lágrimas que insistem em cair,
 lágrimas salgadas como as águas do mar.
A maré vai me levar.
Contra recifes e rochedos vou navegar
Vou naufragrar
A maré vai me levar.
Um dia vou desembarcar na ilha perdida do teu olhar.
A maré vai me levar...





terça-feira, 22 de maio de 2012

A canção da coragem


Acordei do coma, acordei pra vida
Cicatrizou a ferida e não sangro mais.
Paguei os meus pecados ao deus condenado que nunca me deu perdão.
Segui a trilha dos bravos,  que ainda acreditam e nunca desistirão.
 Enfrentei dragões e moinhos, cruzei por oceanos e rios, no deserto fui sozinho, vitima de uma ilusão, tudo em vão.
Reerguido, redimido mais forte e destemido.
Continuo a luta por aqueles que ainda virão.
Minha espada afiada com a coragem, corta até a alma daqueles que querem me ver ao chão.
Minha armadura em frangalhos, baluarte da minha vontade e representa a
flâmula dos que nunca desistirão.


domingo, 20 de maio de 2012

Pra onde vai?

Nas montanhas de concreto, nas areias do deserto.
Na solidão das cidades, na multidão que vive em cada um.
Somos todos passageiros, frutos do acaso que buscam um caso para poder se encontrar, um laço para se apertar, um calo para reclamar.
Um objetivo definido por outrém.

Livra-se das amarras, parte do porto seguro, desbrava  águas desconhecidas.
Parte sem rumo pela vida.
Não tenha medo de ser segredo, não tenha medo de ser solidão.

Desfazem-se os laços, desatam os nós
Pra onde vão os sonhos quando viram pó?
Pra onde vamos quando queremos ficar só?
Pra onde vai a vontade quando não respiramos mais?
Pra onde vão os discos, os livros, os amigos, as meias de sapato e as tampas de caneta?

Parte sem rumo, guia-te pelas estrelas do firmamento que destino mais bonito que o infinito?


terça-feira, 27 de março de 2012

Faces da cidade


Pluralidade
Coisa de cidade
Múltiplas faces da multidão
Cada um conjuga o verbo ser ao seu próprio modo
E todos eles são um
... Um só corpo que se movimenta
No vai e vem das cidades
Identidade não é só documento
É personalidade
Tem que ser para fazer, tem que fazer para aparecer.
No fim são todos iguais, se não iguais pelo menos parecidos.
E todos tem o mesmo triste fim, e é o fim.
 


sábado, 24 de março de 2012

Meus erros




Tudo mudou,
nada mais é como antes
cada avanço é um retrocesso,
uma lembrança,
um arrependimento,
um aprendizado
e um novo folêgo do que ainda está por vir.
Os erros do passado me trouxeram até aqui
A escolha errada, a palavra não dita, a oportunidade perdida.
Os alicerces do meu ser.
Diretrizes do que sou.
Um plano mal elaborado que deu errado.
Meus erros.
Cicatrizes na minha alma.
Alucinações na minha mente.
Sou um conjunto de escolhas erradas.
Continuarei errando, e erraria tudo exatamente igual.
Minha triste imperfeição, minha maior lição
Ser humano.




quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pátria que me pariu

O olhar é vazio, sem vida ou esperança, as roupas uns farrapos, o cabelo desgrenhado, 
os pés sujos são da cor do asfalto.
Ele vaga pelas ruas das cidades, tantos lugares para ir e nenhum para chamar de lar.
As pessoas passam por ele e não o vê, tantos corpos, tantos rostos e nenhum para chamar, nenhum para acalentar...  pai, mãe, irmão?
Tinha fome.
Fome de abraço, fome de carinho, fome de atenção.
Sua família são os seus iguais, os excluídos, os esquecidos... 
Assim como ele invisíveis para as pessoas comuns.
Sua pátria mãe gentil o tinha abandonado, seu nome?
Brasil.